quinta-feira, 23 de outubro de 2008

OUTRAS MULHERES, OUTRAS PAIXÕES.



Outras mulheres desejei
Outras mulheres eu tive
Mas nunca como paixão primeira,
A paixão por Rute.
A paixão verdadeira
De deixar o corpo aceso
E a alma em chamas
Sabe aquela paixão proibida?!
Que não se permite acontecer?!
Assim me vi alvo de tal paixão.
Rute uma mulher nobre
Uma diva sedutora
Eu- um reles plebeu
Tive apenas que me contentar
Em amá-la ocultamente e
silenciosamente
Desejá-la em segredo.
Como no romance de Goethe
Qual o jovem Werther- auto-impedindo-se,
Por razões morais,
De manifestar a sua paixão
E de declarar o seu amor secreto
Por Carlota
Por circunstâncias superiores a
Minha vontade – impedindo
Tornei-me de declarar
O meu amor por Rute
Nunca desejei assim uma mulher
Nunca foi tão verdadeira a minha
Admiração por alguém
Nunca o sentimento do amor
Foi tão denso em mim
E aquele amor primeiro
Foi o verdadeiro
Amor assim não tem fim.


Autor: João Moreira dos Santos.
Salvador, 15/12/2000.

A NOSSA NOITE DE AMOR



( 5 POEMAS PARA JULIANA))



Agora vou arrumar a casa
Preparar a janta e forrar a cama
Com lençol bordado
Pressinto que esta noite será a nossa
Noite de amor
Tomei banho, botei água-de- cheiro
Acoplei o vídeo ao televisor
Selecionei uma fita pornô
Com Sabine Mommsen no papel
Principal
Comprei vinho francês, preparei peixe frito
E salada á vinagrete
Regulei a luz do abajur
E decorei o quarto
Tem suco de framboea e cervejas na
Geladeira
Um CD Pink Floyde e outro do
Nirvana
Alguns livros de Neruda
Limpei o vaso com flores
Na varanda, armei a rede
Exercitei-me uma semana
Preparei minha armadilha
Pus perfume no lençol e arrumei a cama
Para a nossa noite de amor
Juliana.

Autor: João Moreira dos Santos.
Caldeirão Grande, 26/11/99

ÚLTIMO POEMA JULIANA



E aqui chego ao limite
De te cantar em verso e alma
Juliana
E te convido a fazer amor
comigo
Depois do convite
Não sei mais o que dizer
Porém entenda
Eu não podia ocultar
Sufocar dentro de mim
O que o sentimento só pede que
revele
Traduza como quiser
Mas não deixe de atender ao
Apelo
Desse desesperado apaixonado
Ou ao contrário
E achar que é dasaforo
Não se zangue
É só um poeta
Querendo transbordar a emoção
Já em ter você por Musa
também me contenta
É coisa de tolo apaixonado
Paixão desse tipo é doença
Se você não vem
Encho a cara e me zango
Da sorte– reclamo
Juliana?!
Escute!...
Eu te amo.

Autor: João Moreira dos Santos.
Caldeirão Grande, 23/11/99

VEM JULIANA



Samba que samba Juliana
Anda com teu andar de dança
E se para ti, alguém canta ou faz poemas
É porque se encanta
Com a tua beleza e a tua elegância
Vem no teu ritmo uniforme
Cadenciando a beleza
A tua beleza me seduz
E nos conformes ou disformes da vida
Busco guarida
E sei que em ti, posso encontrar
Pois tu és o meu oásis e a minha lana
No meio do deserto
Meu caminho é incerto
Aponta-me o caminho certo!
E se no mar bravio da existência
Eu naufragar
Sê a minha bússola a me orientar
E mão da Providência a me resgatar
Juliana anda com teu andar de dança
Traz-me o teu sorriso
Pois dele preciso
A tua boca de mel que eu quero
Beijar
Anda Juliana, vem me acarinhar
E me beijar
Estou a tua espera, anda e vem
Pois só o que eu quero é poder
Te amar.

Autor: João Moreira dos Santos.
Caldeirão Grande, 23/11/99.

EU QUERIA TE FAZER UM CONVITE JULIANA



(POEMAS PARA JULIANA)



Eu queria-se a inspiração não me faltasse escrever
Um livro inteiro de versos dedicado a você Juliana
Divina Musa e mais todos os atributos
Que a minha imaginação possa inventar.
Flamboyant do meu quintal mata virgem,
Verde canavial do recôncavo!
Orquídeas da chapada diamantina!
Coqueiral de sauípe ou de Itapoã!
Farol da colina da Barra!
O bronzeado e a morenice da tua pele reflete
A beleza ímpar das mulheres soteropolitana!
E mais os mistérios e a magia da lagoa
Do Abaeté – com suas dunas
As tuas nádegas são como duas daquelas dunas
Em parelha!...Com definidas curvaturas
Eu queria ser um guarda-chuva
Para te proteger da chuva nas noites lentas
de inverno ou de garoa
ou um talismã para andar pendurado em
teu pescoço
Eu queria que te sensibilizasses com estas
minhas palavras de poeta audacioso
Eu queria que me escutasse, pois aqui vai
Um apelo:
Eu queria que me ouvisses!
Eu queria...Vire a página...
Eu queria te fazer um convite:


Autor: João Moreira dos Santos.
Caldeirão Grande, 23/11/99

O CORAÇÃO DE JULIANA



Agora tudo é dizer
Que o amor sobrou em mim
Que te amo mesmo
Assim
Sem uma recíproca de tua
parte
Amor deste jeito ao que
conduz?
Não eu um masoquista?
Que contra-senso é o meu!
Por querer dar murro em ponta
de faca!
Ou semear em solo árido e
impuro!
Que triste é ver um Poeta
Mendigando
Por um amor impossível
Oh! Fosse eu um mágico
E faria uma mágica!
Faria com que ela
Viesse correndo para os meus
Braços
E dar-lhe-ia mil beijos açucarados
Mas não sou um mágico
Sou um homem comum
O mais comum dos comuns
Não tenho atributos de galã
E no mais, ao que me consta
Sou baixo e gordo
E já passei dos quarenta
Acho que sou mesmo pretensioso
Por querer o amor de uma mulher assim
Que eu sei não será para mim
Acho que devo mudar
Enfim, partir para outra
Modelar outro capítulo
Virar a página
Criar uma outra história
Ou melhor, mesmo é inovar
Começando de mim mesmo
Vou mandar fazer uma plástica
E uma lipoaspiração
Vou até aprender francês
Que é mais chique do que o inglês
Vou usar jeans apertado
E cabelo James Deam ou Alain Dellon
Eu vou me reformular
Enquadrar-me no chamado
Modismo
Mas ah!...
Por que será que é tão alto
O tributo de quem ama?!
E se depois de tudo
Não me transformar em ridículo
Espero, então, sensibilizar
O coração de Juliana.

Autor: João Moreira dos Santos.
Caldeirão Grande, 22/03/2000

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

PARA VOAR AO TEU ENCONTRO



(Crônica em forma de carta nº. I para Lidiane)

Lidiane recebi a tua missiva e não imaginas o quanto fiquei comovido com as tuas carinhosas palavras!
Confesso que não só comovido como também lisonjeado e, simultaneamente, surpreso pela manifestação de sincero afeto a minha pessoa.Nunca poderia pensar que pudesse despertar em ti tamanha admiração como em tua singela, porém simpática carta, dizes ter por mim.
Chama-me de teu Professor e- te digo que se orgulho tenho dessa minha profissão é de um dia teres sido minha aluna.
Solicitas que não te esqueça, pois tenha certeza, de ti, de tua pessoa singular, tão afável! Tão amorosa! Jamais me esquecerei.
Tua passagem em minha vida vai deixar marcas ou vestígios realmente impagáveis que nem mesmo os escombros do tempo irão soterrá-los.
Sei que, conforme está programado, segunda-feira, aos dez dias do mês de abril do corrente ano de 2006 irás embora para Maceió, deixando o meu coração vazio e melancólico.E eu que te o uma estrela cintilante e via-me como um planeta girando ao teu redor!Serei só um planeta solitário em estrela para me iluminar.
Pude sentir, através do conteúdo da tua carta o teu carinho especial por mim, o teu sentimento sublime e grandiloqüente relativamente a este ser soturno e macambúzio que sou eu. E só por isso a vida para mim vale a pena.
Sinto como que uma impulsão para ti, como sinto que a recíproca é verdadeira. Acho que somos duas almas gêmeas! Como que o plano astral arquitetou o nosso destino.
Irás partir Doravante o meu coração será como um jardim sem rosas.Tu, minha rosa rubra! É que estarás faltando em meu jardim.
Maceió,cidade de belas praias, de coqueiros e palmeiras imponentes, capital alagoana, as praias maceioneiras ainda irão ficar mais belas com a tua chegada por lá porque tu, Lidiane irás acrescentar a tua beleza à beleza delas. Certamente não faltarão aqueles a te cortejar e a te assediar.
Quanto a mim, terei como assédio a tristeza e o dissabor de não ter mais a tua presença. Tão pungente é a dor proveniente da distância a separar os que se gostam e se amam! Como um aracnídeo que caprichosamente tece a sua teia a vida tece as suas circunstâncias e enredos de desfechos contraditórios. E olha que desfecho a vida teceu para nós!
Irás embora, estarás tão distante de mim! Estaremos tão distantes um do outro. Quanta coisa tiinha para te falar pessoalmente e que não tive coragem! Mas vou pedir à brisa, minha confidente, que te leve e te conte os meus segredos.
Lidiane se está escrito nas estrelas que os nossos caminhos terão novamente, que se cruzar e que as nossas vidas irão se entrelaçar numa unidade de amor sublime, vou saber esperar.Esperarei o tempo que for. Sei que vais embora e a saudade sobressaltar de antemão.


Tua carta estará guardada comigo para sempre, ficará comigo até o último dos meus dias. Podem dizer que sou um romântico ultrapassado e extemporâneo, pois admito sê-lo.
Quando já estiveres em Maceió, quantas vezes não quererei eu me imaginar como uma águia dos Andes para voar ao teu encontro!

Mil beijos!

Autor: João Moreira dos Santos.
Salvador, O7-O4-2OO6

ESCUTA MINHA CANÇÃO DE AMOR



(CRÔNICA EM FORMA DE CARTA Nº. VII P/ LIDIANE)


Lidiane sei que estás distante, porém ouça-me com o ouvido do pensamento a mensagem de amor que te mando. Decifras o nosso código de afeto, sintas a vibração do meu pensamento conectado ao teu.
Escreva-me, mande-me notícias de lá de Maceió e mande notícia suas também, principalmente, mande notícias suas. Conta-me das praias e da imponência do litoral, mas não me contas dos que te fazem a corte. Quero poupar-me do descontentamento, ou da dor causada pelo espinho do ciúme. Suplico-te compreenderes que não sou possessivo, mas quando amo tenho um pouco de ciúme.
Lidiane o que estás fazendo agora neste exato instante? Está pensando em mim? Pois eu estou pensando em ti. Escuta o sibilar da brisa em tua janela, é uma mensagem cifrada, é um sinal da minha mensagem de amor, porquanto conjurei com a natureza servir-me de cupido.
Que horas são? Pergunto a mim mesmo e não me preocupo com a resposta. Os ponteiros do relógio estão embaçados, esqueci-me de que tenho miopia. Tateio os óculos ao meu lado e consigo ver as horas. Zero hora e nítido é o silêncio do meu quarto. Não ouço nada, exceto o cri-cri dos grilos, que Quintana chamou-os de “Poetas Mortos”, todavia, eu os chamo de músicos sensíveis que cantam para amenizar a nossa solidão noturna.
Lidiane quando me refiro aos teus atributos de beleza, sou enfático que me excedo no termo comparativo e nas metáforas, pois digo meu amor que tu és tão linda! És tão linda como os rios que a História me ensinou.
Tens o viço do Nilo fecundaste, o refinamento do Sena que corre pelas veias de Paris, a afabilidade do Tejo que rega os vinhedos portugueses, a presteza do Amazonas com a diversidade dos seus ecossistemas, a bravura e a persistência do “velho chico’, O charme do Danúbio Azul, os segredos das tramas enredadas ao longo do Mississipi, a sensualidade do Tamisa.
Enfim, Lidiane, tens a utilidade do Elba em Hamburgo, a pomposidade do Amarelo na velha China, a magia mística do Jordão e do Ganges, a sábia serenidade do Tigre e do vinte e quatro (24) Eufrates onde viu brilharem, às suas margens, ao labor dos séculos, as civilizações mesopotâmicas... Romântica és tu.
Meu antigo zigurate de Babel com mais pujança ainda do que a Torre de Piza e a Torre de Gálata, meu teto da Capela Sistina, minha Torre Eiffel, minha catedral de Notre-Dame. Quinta Avenida, chandilisier, Copacabana, Avenida Paulista, Pão de Açúcar, Cristo Redentor. Fascinante és tu, mais que os jardins suspensos da antiga Babilônia, erguido aos apelos megalomaníacos de Nabucodonosor.
Lidiane escuta a minha canção de amor que a brisa canta em tua janela!

Autor: João Moreira dos Santos.
Salvador, 14/04/2006

domingo, 19 de outubro de 2008

DIGA SIMPLESMENTE QUE TE AMO



( Crônica em forma de carta nº.II para Lidiane)


Sei que agora estás distante. Minhas noites são longas de solidão que me desassossega! Os meus dias são insípidos por tua falta!
Vou tentar escrever mais uma carta que á para extravasar. Pode ser que as palavras me faltem e a inspiração me negue a súplica, porém em meu coração não emurchecerá a seiva do meu amor por ti.
Medra a flor do meu desejo de um beijo teu querer, mas tu estás longe Lidiane. Vou evocar a brisa, minha confidente, para uns segredos meus a ti levar. Pelos caminhos do mar a brisa irá, como um barco tangido pelas ondas. Eu sei que a brisa encontrar-te-á e confidenciar-te-á sentimentos íntimos do meu coração.
Ah! Como foram bonitos os nossos dias! Como foi belo nos comprazermos na interação de aluna e professor! A dádiva de convivermos, ainda que apenas por um ano! Eu sorvendo da tua mocidade para me rejuvenescer, a tua graça de ser, Lidiane.
Oh!clamo por esses dias que já não os tenho? Eis a minha rogativa! Suplico às deusas do amor Vênus e Afrodite. Oh! Dêem-me que novamente aqueles lindos dias, eu possa vir a tê-los!
Mas não vou ficar aqui preso às garras desse saudosismo extemporâneo, tenho que olhar na direção da linha do horizonte, sim, preciso olhar para a frente, porque o relógio do tempo não faz parar os seus ponteiros implacáveis e a vida não retrocede como um reflexo de maré vazante.
Quem sabe as deusas do amor não confabulem para que haja um reencontro entre nós! Se consentires, irei a Maceió, se disseres que sim, irei a Maceió de barcarola, ônibus ou avião, pois desassossegado está o meu coração, preciso de reassossegá-lo com a tua presença rejuvenescente. Oh! Quem dera que pudesse te reencontrar numa praia de Maceió, olhando o mar! Com aquele teu sorriso tão bonito e tão meigo! Aquele teu olhar tão doce focado em minha direção! Aquele teu jeito dengoso de aconchego no modo de me abraçar, como no nosso último encontro casual, nos cinco dias que antecederam a tua ida à capital alagoana.
Oh! Quem dera que o destino ou o acaso forjasse para nós um enredo com tão feliz desfecho! Mas o destino não costuma ser admoestável não se faz de travesseiro ao acalento de românticas quimeras.
Estive em Itapuã esta manhã, Lidiane e desenhei o teu rosto na areia e imaginei-te como a La Maísa de Jean Miró. E inventei uns versos para embalar a minha tristeza:
Coqueiro alto de Itapuã
Que a brisa afaga
A cada manhã.
Abanar o leque dos coqueiros
A brisa vem a cada manhã
Como acariciar os rostos trugueiros
Dessas praeiras de Itapuã.


Olhando o mar a minha frente o meu pensamento toma ares de magalomania e quer se transformar em barcarola para ir ao teu encontro, Lidiane. Fico, então, a me perguntar, onde vai dar o fim dessas águas-marinhas? Onde, o meu pensamento, pode levar essas vagas sinuosas.?
A Maceió? Que veleje o meu pensamento até Maceió! Que o meu pensamento ao teu interpele, Lidiane, e diga da saudade que punge em meu peito! E diga simplesmente que te amo.

Autor: João Moreira dos Santos.
Salvador, 11/04/2006

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

MEU PENSAMENTO BUSCANDO LIDIANE




( CRÕNICA EM FORMA DE CARTA Nº.V)




Hoje acordei pensando em ti, pensando somente e senti melancolia. Veio uma brisa amena e entrou pela janela do meu quarto. Bafejou-me o seu hálito puro, simulou afetos,porém insensível não me falou de ti, e foi-se embora a brisa.
Oh! Queria tanto que a brisa me escutasse! Tinha confissões a lhe fazer, porém, ela foi-se embora de repente, como que a demonstrar atender algum chamado. Quem sabe, de verdade, o mar a estivesse requisitado?! Para designar-lhe uma missão de amor. E por isso a brisa não me escutou. Mas que missão de amor. E por isso a brisa não me escutou. Mas que missão de amor o mar poderia designar à brisa? Talvez a paixão de Iemanjá por uma vitória-régia da Amazônia!
Ò, brisa leviana! Que não me escutaste o que eu tiinha a te dizer. Eu também tinha a confiar-te uma missão. Era dela que eu queria falar, era para ela a missão que eu tinha a delegar-te, era para Lidiane, meu amor que está distante.
O solo do meu coração está em erosão, é que me falta o húmus da tua presença. Tu, minha cobertura vegetal de proteger o meu solo coronário! Tu, minha corânide! E se estás tão longe é como se uma parte de mim faltasse. E que premissas apodíticas? E por acaso não és tu as tais premissas? Que ilação que não esta que me entristece:
Se longe assim...
Esquecer-te-á logo de mim.
Tenho medo de que logo te esqueças de mim. Ímprobo este desfecho do destino. Boca de carmesim suave, alvo do meu anelo, quero beijá-la indefinidamente. Cimalha que diviso de tão bela que é como a Acrópole de Atenas!
Que pena! Que pena! Que agora os meus olhos não divisam os teus, que o meu corpo não se entrelaça com o teu, que me faltam o teu charme e a tua beleza para o meu contentamento e comprazimento da minha alma.
Sigas minha crônica! Sigas na direção que te envio! Sigas para Maceió! Vás direto ao coração de Lidiane! Convença-o do meu amor que é inconspurcado e inconsútil!
Fruitivo está o mar. Olhando daqui de Ilhamar o mar em frente, vem a doce brisa sibilar nas palhas dos coqueiros. O cheiro da maresia não profana o ar, vê-se um pássaro a voar, o colibri absorve o néctar da flor, ouve-se o trinado do pássaro que voava, recolhem-se os caranguejos para os labirintos dos manguezais. As crespas e tépidas ondas do mar ao longe. Meu pensamento buscando Lidiane.


Autor: João Moreira dos Santos.
Salvador, 13/04/2006

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

LOUVO A NÓS DOIS


( CRÔNICA EM FORMA DE CARTA P/LIDIANE)


Dois dias faz da tua partida. Hoje meditei na nossa relação. Quis recompor em mente a tua imagem física e o que me veio primeiro foi o teu rosto juvenil, depois o teu corpo de escultura grega, teu corpo que inspira sedução.
Refiz em mente a imagem do teu sorriso dourado, tua cor clara, teus cabelos negros, teus seios com contorno de maçã, teu olhar entre inocente e vadio. Famélico e flébil estou eu de ti.
Vai pensamento meu! Ruflas as tuas asas e voas! Levando em teu dorso um raminho de flores e um bilhete contendo a palavra amor!
Confidencies a ela o meu sentimento verdadeiro! Vai feito um bumerangue, contas de mim para ele e dela para mim!
É preciso agora confessar que os meus dias sem ti perdem em poesia e, em intensidade de ser feliz. Perdem também em alegria de viver. Hoje quase chorei, verdadeiramente sentindo a tua ausência, porém se não chorei, é porque o rocio matutino chorou por mim. Pude sentir as gotículas de lágrimas nas ramagens e nos arbustos praieiros.
Dois dias faz depois de teres partido e não nos despedimos. Não vi a tua mão estendida num aceno e, nem os teus lábios descerrarem para dizer-me adeus, entretanto é fato de que isso não conteve as minhas lágrimas. Sim, chorei a tua partida.
Olá Lidiane! Recebas esta crônica em forma de carta, ela é o espelho da minha alma, é o refrigério do meu coração despedaçado por não te ter perto de mim. Flor que não a tenho mais, pois que um ladrão algente e lépido a roubou do meu jardim.
Olá Lidiane! Comunico-te em telepatia, de pensamento para pensamento. E com licença de plagiar Roberto Carlos: “de coração para coração”. De coração para coração é que o amor se faz e vinga e viceja.
Oh! Que uma nuvem alvissareira traga-me notícias tuas! Decifras Lidiane, se souberes os hieróglifos da minha alma! Vou evocar o Poeta dos escravos, visto que assim fica mais fácil, vou evocar os seus lindos versos:



A DUAS FLORES


São duas flores unidas.
São duas rosas nascidas
Talvez no mesmo arrebol,
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol,

Unidas, bem como asa penas
Das duas asas pequenas
De um passarinho do céu...

Como um casal de rolinhas,
Com a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.


Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha desce tantos
Das profundezas do olhar...
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.

Unidas.. .Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntas as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!


Pois entendeste bem o meu mistério? Eu falo sério, pois que é sério este mistério. E num ato nunca deletério, eu louvo o amor, louvo o amor, louvo a ti, Lidiane, louvo a nós dois.


Autor: João Moreira dos Santos.
Salvador, 12/04/2006

terça-feira, 7 de outubro de 2008

MINHA JÓIA PRECIOSA



(ÚLTIMA CRÕNICA P/ LIDIANE)


Voltaste e o meu coração se enche de alegria. Tudo volta a ficar belo! Sinto novamente fluir em mim a poesia.
Amo a poesia e amo-te, igualmente, porque descobri que só tu és capaz de despertar a minha inspiração poética.
Encanta-me o lirismo do teu doce olhar. É um dulcíssimo enlevo a pureza da tua alma, alva a tua aurora, cândida adolescente num corpo de mulher.
Amo-te porque te amo, porque mexes comigo, amo-te sem explicação. E quem pode explicar a razão de amar?! Ama-se e pronto... Entender porque se ama é enveredar num emaranhado de incógnitas insondáveis!
O amor, esse doce mistério, só dele absorve quem se deixa envolver por sua áurea.
Voltaste e o meu coração bate de alegria. Já não sinto tristeza na seqüência dos meus dias. Sabes, Lidiane, quando te fostes para Maceió, pensei assim nunca mais vou vê-la... Oh! Não!... Nunca mais tornarei a vê-la.
Senti o meu coração inundar-se de lágrimas, por chorar a tristeza do que seria a tua ausência, porém voltaste e o meu coração se contenta. Ah! Meu bom Deus! Que interveio no nosso destino! E fez os nossos caminhos se cruzarem novamente. O que me faz agora pensar que as coisas não o correm por acaso.
É que está escrito lá no Olimpo que a nossa História de Amor acontecerá.
Olha meu amor, o nosso enleio é de alma para alma. Há afinidades entre nós. Nossas trajetórias de vida se conjugam, na medida em que te criaste sem a suavidade dos carinhos maternos.
Eu, aos 14 anos, fui desprovido dos afetos da minha mãe, a qual enlouquecera ó, triste dor! E como tu, Lidiane, criei-me envolto à rígida secura de pais separados.
Sabes, Lidiane, só vou querer envolver-me contigo se for para te fazer feliz, proteger-te, dar-te guarida. Quero capitular um livro essa nossa História.
Eu te amo minha jóia preciosa


Autor: João Moreira dos Santos.

Salvador, 23/07/2006