DIGA SIMPLESMENTE QUE TE AMO

( Crônica em forma de carta nº.II para Lidiane)
Sei que agora estás distante. Minhas noites são longas de solidão que me desassossega! Os meus dias são insípidos por tua falta!
Vou tentar escrever mais uma carta que á para extravasar. Pode ser que as palavras me faltem e a inspiração me negue a súplica, porém em meu coração não emurchecerá a seiva do meu amor por ti.
Medra a flor do meu desejo de um beijo teu querer, mas tu estás longe Lidiane. Vou evocar a brisa, minha confidente, para uns segredos meus a ti levar. Pelos caminhos do mar a brisa irá, como um barco tangido pelas ondas. Eu sei que a brisa encontrar-te-á e confidenciar-te-á sentimentos íntimos do meu coração.
Ah! Como foram bonitos os nossos dias! Como foi belo nos comprazermos na interação de aluna e professor! A dádiva de convivermos, ainda que apenas por um ano! Eu sorvendo da tua mocidade para me rejuvenescer, a tua graça de ser, Lidiane.
Oh!clamo por esses dias que já não os tenho? Eis a minha rogativa! Suplico às deusas do amor Vênus e Afrodite. Oh! Dêem-me que novamente aqueles lindos dias, eu possa vir a tê-los!
Mas não vou ficar aqui preso às garras desse saudosismo extemporâneo, tenho que olhar na direção da linha do horizonte, sim, preciso olhar para a frente, porque o relógio do tempo não faz parar os seus ponteiros implacáveis e a vida não retrocede como um reflexo de maré vazante.
Quem sabe as deusas do amor não confabulem para que haja um reencontro entre nós! Se consentires, irei a Maceió, se disseres que sim, irei a Maceió de barcarola, ônibus ou avião, pois desassossegado está o meu coração, preciso de reassossegá-lo com a tua presença rejuvenescente. Oh! Quem dera que pudesse te reencontrar numa praia de Maceió, olhando o mar! Com aquele teu sorriso tão bonito e tão meigo! Aquele teu olhar tão doce focado em minha direção! Aquele teu jeito dengoso de aconchego no modo de me abraçar, como no nosso último encontro casual, nos cinco dias que antecederam a tua ida à capital alagoana.
Oh! Quem dera que o destino ou o acaso forjasse para nós um enredo com tão feliz desfecho! Mas o destino não costuma ser admoestável não se faz de travesseiro ao acalento de românticas quimeras.
Estive em Itapuã esta manhã, Lidiane e desenhei o teu rosto na areia e imaginei-te como a La Maísa de Jean Miró. E inventei uns versos para embalar a minha tristeza:
Coqueiro alto de Itapuã
Que a brisa afaga
A cada manhã.
Abanar o leque dos coqueiros
A brisa vem a cada manhã
Como acariciar os rostos trugueiros
Dessas praeiras de Itapuã.
Olhando o mar a minha frente o meu pensamento toma ares de magalomania e quer se transformar em barcarola para ir ao teu encontro, Lidiane. Fico, então, a me perguntar, onde vai dar o fim dessas águas-marinhas? Onde, o meu pensamento, pode levar essas vagas sinuosas.?
A Maceió? Que veleje o meu pensamento até Maceió! Que o meu pensamento ao teu interpele, Lidiane, e diga da saudade que punge em meu peito! E diga simplesmente que te amo.
Autor: João Moreira dos Santos.
Salvador, 11/04/2006
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