sexta-feira, 10 de outubro de 2008

MEU PENSAMENTO BUSCANDO LIDIANE




( CRÕNICA EM FORMA DE CARTA Nº.V)




Hoje acordei pensando em ti, pensando somente e senti melancolia. Veio uma brisa amena e entrou pela janela do meu quarto. Bafejou-me o seu hálito puro, simulou afetos,porém insensível não me falou de ti, e foi-se embora a brisa.
Oh! Queria tanto que a brisa me escutasse! Tinha confissões a lhe fazer, porém, ela foi-se embora de repente, como que a demonstrar atender algum chamado. Quem sabe, de verdade, o mar a estivesse requisitado?! Para designar-lhe uma missão de amor. E por isso a brisa não me escutou. Mas que missão de amor. E por isso a brisa não me escutou. Mas que missão de amor o mar poderia designar à brisa? Talvez a paixão de Iemanjá por uma vitória-régia da Amazônia!
Ò, brisa leviana! Que não me escutaste o que eu tiinha a te dizer. Eu também tinha a confiar-te uma missão. Era dela que eu queria falar, era para ela a missão que eu tinha a delegar-te, era para Lidiane, meu amor que está distante.
O solo do meu coração está em erosão, é que me falta o húmus da tua presença. Tu, minha cobertura vegetal de proteger o meu solo coronário! Tu, minha corânide! E se estás tão longe é como se uma parte de mim faltasse. E que premissas apodíticas? E por acaso não és tu as tais premissas? Que ilação que não esta que me entristece:
Se longe assim...
Esquecer-te-á logo de mim.
Tenho medo de que logo te esqueças de mim. Ímprobo este desfecho do destino. Boca de carmesim suave, alvo do meu anelo, quero beijá-la indefinidamente. Cimalha que diviso de tão bela que é como a Acrópole de Atenas!
Que pena! Que pena! Que agora os meus olhos não divisam os teus, que o meu corpo não se entrelaça com o teu, que me faltam o teu charme e a tua beleza para o meu contentamento e comprazimento da minha alma.
Sigas minha crônica! Sigas na direção que te envio! Sigas para Maceió! Vás direto ao coração de Lidiane! Convença-o do meu amor que é inconspurcado e inconsútil!
Fruitivo está o mar. Olhando daqui de Ilhamar o mar em frente, vem a doce brisa sibilar nas palhas dos coqueiros. O cheiro da maresia não profana o ar, vê-se um pássaro a voar, o colibri absorve o néctar da flor, ouve-se o trinado do pássaro que voava, recolhem-se os caranguejos para os labirintos dos manguezais. As crespas e tépidas ondas do mar ao longe. Meu pensamento buscando Lidiane.


Autor: João Moreira dos Santos.
Salvador, 13/04/2006

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